sábado, 14 de março de 2015

Tetracromatismo





Tetracromatismo: o que é?

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Tetracromatismo é uma condição rara


Durante muito tempo, acreditava-se que todas as pessoas percebiam as cores da mesma forma. Quase todos nós possuímos três tipos de cones, que são células na retina. Cada tipo de cone responde a uma frequência diferente de cor. Quando abrimos os olhos, os sinais luminosos atingem estes cones, que os transformam em sinais eletroquímicos, que por sua vez são enviados ao cérebro. O cérebro combina estes sinais para produzir a sensação que chamamos de cor.
Cada cone confere a capacidade de perceber cerca de uma centena de tons, então o número total de combinações é de pelo um milhão. Se eliminarmos um tipo de cone, ou seja, passar de tricromata para dicromata, o número de combinações cai para meros 10.000. Quase todos os mamíferos, incluindo os cães e macacos do Novo Mundo, são dicromatas.
Pessoas daltônicas possuem um defeito em um destes cones, e por isso apresentam dificuldade para distinguir entre algumas cores (como verde e vermelho, por exemplo).
Alguns animais são dotados com um “quarto cone” (como os peixes dourados e o pássaro diamante-mandarim). Esses animais provavelmente conseguem distinguir melhor as nuances entre as cores. Assim, há cerca de 20 anos, os cientistas Gabriele Jordan (Universidade de Newcastle), e John Mollon, (Cambridge), levantaram a hipótese de seres humanos conseguirem fazer isso.
Tal hipótese é baseada no fato de o cromossomo X carregar dois tipos de cones – que percebem o vermelho e o verde. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas poderiam, em tese, carregar quatro cones diferentes, cada um sensível a um espectro de cores diferentes. Essa hipótese dos quatro cones que deu origem ao termo “tetracromatismo”. Em tese, ela só se aplica a mulheres, já que os homens não possuem dois cromossomos X. São as chamadas tetracromatas.
A primeira pista para a existência de tetracromatas surgiu através de um trabalho sobre alguns homens daltônicos, feito em 1948, pelo cientista holandês H. L. de Vries. Ele também testou as filhas de um dos daltônicos e descobriu que elas podiam detectar uma gama maior de tons de vermelho que a média das pessoas. Isto levou à descoberta de que, quando daltônicos tinham dois cones normais e um cone mutante, a mãe e as filhas tinham um cone mutante e três cones normais, ou seja, quatro cones.
A Dra. Jordan se interessou sobre tetracromatismo e concluiu que, tanto quanto o daltonismo é comum, o tetracromatismo também deve ser, com cerca de 12% das mulheres sendo tetracromatas. Tal estimativa nos leva a indagar: se tetracromatas são tão comuns quanto daltônicos, por que conhecemos daltônicos, mas não conhecemos tetracromatas?
O pesquisador de visão Jay Neitz, da Universidade de Washington (EUA), acredita que todas as mulheres com quatro cones têm potencial para visão tetracromática, mas precisam desenvolver ou despertar esta capacidade. “A maior parte das coisas que vemos coloridas são feitas por pessoas que estão tentando criar cores que funcionam para tricromatas. Talvez nosso mundo inteiro esteja sintonizado com o mundo dos tricromatas”, opina.

Como um tetracromata vê o mundo:


O ganho em sensibilidade – apesar de parecer ser uma habilidade extra – pode também ser uma maldição.
“Ir ao supermercado é um pesadelo. É como uma lata de lixo de cores pulando de tudo que é lado. As pessoas acham incrível que minha cor favorita seja o branco, mas isso faz sentido porque ela é pacífica e agradável aos olhos. Ainda tem bastante cor presente ali, mas elas não me agridem.” – diz Concetta Antico, professora americana, tetracromata.
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Pinturas de Concetta Antico, ressaltando a forma como ela vê as inúmeras cores. Créditos: BBC Brasil
Maureen Seaberg, uma jornalista americana tetracromata, diz que passou anos reclamando das roupas que as pessoas usavam. Ela achava que muitas pessoas não sabiam combinar bem uma saia com uma blusa, por exemplo. Ao reformar sua casa, ela rejeitou 32 tipos de tintas diferentes até achar a ideal:
“O bege era amarelado demais, e não tinha tons azuis o suficiente; o amêndoa era alaranjado demais”, conta ela. Esse tipo de descrição só confundia os seus decoradores e arquitetos.

Faça o teste e saiba se você é tetracromata:


Na imagem abaixo existem letras no centro das imagens, que só podem ser visualizadas por um tetracromata. Se você conseguir enxergá-las, provavelmente é um tetracromata.


Fontes:
http://consultadeenfermagem.com/sindromes-e-patologias/tetracromatismo/
http://hypescience.com/tetracromatismo/
http://www.megacurioso.com.br/super-humanos/36698-cientistas-encontram-mulher-que-enxerga-99-milhoes-de-cores.htm

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